quinta-feira, 21 de julho de 2011

Step by step


Sou pessoa de dentro pra fora. Minha beleza está na minha essência e no meu caráter. Acredito em sonhos, não em utopia. Mas quando sonho, sonho alto. Estou aqui é pra viver, cair, aprender, levantar e seguir em frente.Sou isso hoje... Amanhã, já me reinventei.' Tati Bernardi

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Nina - Chico Buarque

TEXTO POSTADO NO SITE BACIA DAS ALMAS

«A ideia de Bonhoeffer de que a graça que não produz uma vida radicalmente diferente é “graça barata” é um traição da verdade bíblica sobre a graça. É claro, todos gostariam que a graça de Deus produzisse em cada vida humana o fruto de uma vida integral e santa, mas o caso é que, mesmo quando isso não acontece, a graça permanece incondicional, perdoando e aceitando por completo essa pessoa falha. Bonhoeffer substitui a graça por um antiquado e incorreto moralismo medieval e por uma religião mecanicista. Sua ideia de “graça barata” revela que ele anseia novamente por uma espécie de legalismo e de condicionalismo que nos moldem. A graça, porém, é livre, radical, incondicional e universal, ou então não é graça e não tem nada de boa nova – visto que, se não for assim, não consegue atingir o centro da patologia à qual de outro modo estamos algemados para sempre, sem esperança. Não consegue libertar-nos da ansiedade destrutiva que produz toda nossa enfermidade e pecado.
[...] Bonhoeffer, que compreendia tão bem a graça de tantas maneiras, rendeu-se inadvertidamente à noção de uma graça condicional em suas observações sobre graça barata. Naquele momento de descuido ele cobiça novamente pelo legalismo, obscurecendo o fato de que a graça é gratuita; que pode ser pressuposta eternamente; que é radical, incondicional e universal. Graça condicional é graça nenhuma.» (J. H. Ellens, Radical Grace). []

terça-feira, 12 de julho de 2011

Quando eu não acordo

Hoje o dia acordou com cheiro de velho
Mas pode ser eu que não tomei banho ainda
Entre alfazema e channel
Existe desejo
(prefiro ser feito da pele que vejo
E de cardioolhos)

Eu assisti a brisa dançando no teu sorriso
Dançando o teu sorriso
Era uma ciranda cigana antiga
Guardada à naftalina
(as crianças nunca morrem
Se andarem com o nariz na frente de tudo)

O silêncio perdeu o mapa
Pra Santiago
Mas achou o dia acordando
E o cheirou, e o cheirou
E no cheiro achou um canto

segunda-feira, 11 de julho de 2011

NA MESMA MOEDA(parte do exto)


Perfeitamente sensato era Jesus, que nutria um saudável desprezo pelas instituições políticas e não gastou uma gota de saliva condenando a estrutura falida, opressora, corrupta e tremendamente injusta do governo romano. O que deveríamos aprender com o exemplo dele é não esperar nada de bom de governo algum; que nenhum governo merece mesmo que se fale mal dele; que se o reino de Deus está próximo, somos nós que devemos dar evidência da proximidade dele.
De forma muito teologicamente correta, o que Jesus fazia é justiça com as próprias mãos.
Todo seguidor dele deveria ir e fazer o mesmo.
Paulo Brabo
Bacia das  almas
site da  foto: baixaki.com.br

domingo, 10 de julho de 2011

 

Suavíssima

Os galos cantam, no crepúsculo dormente...
No céu de outono, anda um langor final de pluma
Que se desfaz por entre os dedos, vagamente...

Os galos cantam, no crepúsculo dormente...
Tudo se apaga, e se evapora, e perde, e esfuma...

Fica-se longe, quase morta, como ausente...
Sem ter certeza de ninguém... de coisa alguma...
Tem-se a impressão de estar doente, muito doente,

De um mal sem dor, que se não saiba nem resuma...
E os galos cantam, no crepúsculo dormente...

Os galos cantam, no crepúsculo dormente...
A alma das flores, suave e tácita, perfuma
A solitude nebulosa e irreal do ambiente...

Os galos cantam, no crepúsculo dormente...
Tão para lá!... No fim da tarde... Além da bruma...

E silenciosos, como alguém que se acostuma
A caminhar sobre penumbras, mansamente,
Meus sonhos surgem, frágeis, leves como espuma...

Põem-se a tecer frases de amor, uma por uma...
E os galos cantam, no crepúsculo dormente...

Cecília Meireles

DO ATELIÊ 17 (ian capillé ) Eu e outras poesias

O que ela diz quando o vento chora

Aquilo que entorta o mundo,
que entorna os mares;
a nave que voa fundo
e que aspira o céu.

Move-me a ventania do coração;
alma penada e rima perdida -
duna do corpo, suada e lambida:
move-me o vento dessa prisão

Bailarina de furacão,
a vida se arrepia
na brisa ou na ventania
no sopro ou no tufão

E a nota se faz batida
e o ritmo se faz noção
quando o choro do vento vem vindo
cheio de premonição

Então, a vida se revolta
São ventos de revolução!
As ondas viram viagem,
as rimas viram balão

E de vento em vento,
inventa-se uma solução.

 

Invenção sobre o vento

Olho no reflexo
das gotas de apuros.
Meu olho é complexo
conjunto desses muros

A natureza morta
passa em passos presos
tanto tímida, quanto corta
meus dedos, velhos novelos

Meu labirinto, tem porta de entrada
A tempestade é que faz o caminho
por dentro de mim, repinta meu ninho
e pela saída só deixa a pegada

Da chuva, o vento me invade
esvazia meu ventre
vela essa voz
e sussurra esse solitário suspiro

Qual bailarina de furacão
A vida se revolta
- são ventos de revolução

As ondas viram viagem,
as rimas viram balão

E de vento em vento,
inventa-se uma solução.


http://atelien17.blogspot.com/

sábado, 9 de julho de 2011

domingo, 3 de julho de 2011

sábado, 2 de julho de 2011

QUER ENVELHECER COMIGO?

O DIA SEGUINTE

Blog  O MEU OLHAR

OUTONO


CANÇÃO DO OUTONO
Os soluços graves
Dos violinos suaves
Do outono
Ferem a minh'alma
Num langor de calma
E sono.
Sufocado, em ânsia,
Ai! quando à distância
Soa a hora,
Meu peito magoado
Relambra o passado
E chora.
Daqui, dali, pelo
Vento em atropelo
Seguido,
Vou de porta em porta,
Como a folha morta
Batido...
                                            Verlaine
                  (Tradução de  Alphonsus de Guimaraens)
http://www.blocosonline.com.br/literatura/poesia/pidp/pidp010754.htm
(FOTO: fotografia.blogspot.com)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

DA BACIA DAS ALMAS

O valor da pérola e o preço da graça

 postado por   Paulo Brabo



Em Mateus 13:44-46 está registrado que Jesus assim descreveu o reino do céu:
O Reino dos céus é como um tesouro escondido num campo. Certo homem, tendo-o encontrado, escondeu-o de novo e, então, cheio de alegria, foi, vendeu tudo o que tinha e comprou aquele campo. O Reino dos céus também é como um negociante que procura pérolas preciosas. Encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo o que tinha e a comprou.
[...] Quando leio essas parábolas penso com frequência num jovem que tive o privilégio de conhecer. Sua “pérola de grande valor” era uma mistura de cocaína e heroína. Por isso ele sacrificou todo o resto – sua saúde, sua família, um teto e um lugar para dormir, todas as suas possessões mundanas, – até não ter nada além da roupa do corpo e um violão. Ele amava aquele violão: viva dizendo que era a sua alma. Mas um dia penhorou o violão: “penhorei a alma”.
Tendo só a roupa do corpo e o dinheiro que recebeu pelo violão, tudo que ele conseguiu comprar foi uma “vírgula” de heroína (um décimo de grama, apenas o suficiente para deixá-lo alto uma única vez). Tendo vendido finalmente sua “alma”, essa era sua pérola de grande valor.
É aqui que a parábola termina, mas na continuação da história do meu amigo algo inacreditável acontece. Tendo descolado a sua heroína ele entra num beco para transar a droga, e ali depara-se com outro amigo que também é usuário de heroína mas não tem dinheiro, nem drogas, nem nada valioso para vender. O que faz meu amigo com sua pérola? Ele a compartilha. Ele a divide – o tesouro pelo qual sacrificou todo o resto – e dá metade a seu amigo, sem qualquer esperança de retribuição. Ali, num beco da zona leste do centro de Vancouver, meu amigo engajou-se num ato de generosidade e de sacrifício pessoal superior em escala a qualquer outro ato de generosidade ou sacrifício pessoal que eu jamais tenha visto praticado – quer por parte de cristãos ou de quaisquer outros. Pense o que quiser sobre o uso de drogas: o valor da pérola para meu amigo e a extensão de seu sacrifício suplantam em muito qualquer outro ato de bondade jamais praticado por mim.
E a verdade é que a atitude de meu amigo não é exceção. Em comunidades de usuários de drogas e outras comunidades de gente pobre não é incomum uma estirpe de economia fundamentada na graça, em que se dá sem se esperar receber de volta.
Daniel Oudshoorn
Poser or Prophet

http://www.baciadasalmas.com/